sábado, 24 de maio de 2008

Trino


Encerro-me entre mundo inteligível e sensível

E nostalgio-me de meu viver.

Sou o produto científico,

De uma sociedade semi-pacífica

Em tempos de revolução.

Possuo uma fé cega que celebra

Um viver só.

No palco deste mundo,

Pavoneiam-se seres sem sentimentos profundos

Movidos por descrenças na tradição.

Sacerdotes da moda, de temáticas eruditas

- mas só por fora -

Pois a cultura, a pintura, os valores da literatura,

São enaltecidos,

Embora os livros nunca tenham sido lidos

E não se conhecerem outras formas de expressão,

Excepto aquela que choca e grita:

“Terror interior” “Chique, não?!...”.

Ocas. As conversas sobre aquele coquete fetiche francês.

Ocas. As conversas virtuais “dtc”.

Ocas. As programações de noticiário que criticam a judiciária face ao “sistema inglês”.

Ocas.

E são poucas as mentes que não são assim.

A maior parte incompletas,

Que de tudo gostam e nada prometem

Tão globalizadas que estão

Ostraciszadas de si.

São cépticas, profecia do aparecimento da racionalização das técnicas,

Que em nada crêem, nem Deus, nem lar, nem nação.

Encerro-me mais,

No multíplice do meu conhecimento,

No meu ser único, tridivido,

Deus dos Templos de Hoje,

Eu, a fé e a razão.

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