sábado, 24 de maio de 2008
Brincar de Acreditar
INTERLÚDIO
Entrar no mundo fantasioso de uma criança
É como ter a cega esperança de realeza
Nos bairros de maior tristeza social
Pensando palácios de rotos e corte de nus.
***
Catarina, criança pequenina,
Agitada na euforia de companhia amiga
Apresentava, tal maga, com sua varinha
Espectáculos de espantar.
Com uma seriedade,
Que lhe mentia a idade,
Avisava senhoras e senhores
Com honras e louvores
Magias, feitiços, e esoterismos esquisitos
Que pretendia realizar
Com palavras só suas conhecidas
Soltava:
Uaba-Uaba-Uaba
(parente próximo de abracadabra)
Desapareça a minha casa!
E apontava para a casinha de brincar.
Ela, pela nossa mentira esperava,
E no esvaecimento confiava que nós pudéssemos ver.
A onde é que enfiaste a casa, Catarina,
Aquela mais baixinha, em que os pinypons costumas meter?
Ainda agora a fitava, e estou perplexa e pasmada
Por a ter visto sumir…
Ela, com a estrelar varinha de magia,
Segura em seus dedos que agora se cruzavam
Por detrás das costas
Balouçava
Orgulhosa
De seu feito vaidosa:
Fi-la desaparecer!
Vamos procura-la!
Oh casa! Cá-sa!
E revirávamos bancos ignorando
O brinquedo voluntariamente esquecido,
Para brincar deste imaginar,
Até que ela,
Em sorrisos engasgados,
Revolvia seu segredo revelar.
E mostrava-nos a feitiçaria,
A casa, psedomente escondida dentro
Do espaço interior estrelar.
Como é que meteste aqui tua casinha,
Que está agora
Não pequena, mínima,
Dentro da vara que estavas a agitar?
É magia! (lá respondia – sorria)
Magia de menina, maga,
Senhora do inventar.
E lá se repetia de seguida
Uaba-Uaba-Uaba
(parente próximo de abracadabra)
Reapareça a minha casa!
E apontava para a casinha de brincar.
Ela, pela nossa fantasia esperava,
E no fingimento confiava que nós
Na cega esperança de realeza
Pudéssemos ver na sua magia beleza,
E na felicidade plena, o simples brincar de acreditar.
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