segunda-feira, 26 de maio de 2008

Sansão Adormecido

Dormência do corpo.
Cabeça encostada num ombro amigo,
De um companheiro,
Também ele adormecido.
Olhar de adoração.
Enquanto os dedos tacteiam os cabelos,
Fios delicados, multiplicados
E unos em madeixas que passam pela mão,
És, enquanto dormes, mais meigo,
Idealização de Eros nascido.
És como Cristo menino,
Inocente, incandescente, perfeito.
O roçar da pele estremece-te e paro!
- Quieta, não te quero acordar –
Prolongo em desejo um olhar que sustenho na respiração…
Finjo que durmo também e inalo
- Pouco a pouco –
O ar
Que retêm o aroma do teu cabelo,
Sansão do meu templo.

(Março de 2007)

Sem comentários: