segunda-feira, 26 de maio de 2008

Apagada das tablas do tempo

Do teu útero
Podias governar o mundo
E no entanto não mandas
Em ninguém nem em nenhuma nação.
Do teu corpo
Podiam catederilizar o mundo
Mas teu templo
É herança de Da Vinci, Miguel Ângelo,
E alguns neo-realistas também.
Dos teus lábios
Podes missionar o mundo
Contudo tuas mansas palavras
Caem sob ouvidos ateus
Adoradores de outras divindades.
Dos teus braços
Podem agradecer a Terra,
Porém a verdade dura, séria,
É que são esses homens a colher
O fruto do cultivo do teu chão.

Mulher, ainda apedrejada,
De rosto tapada,
Não mentes com o olhar:
És Deusa esquecida,
Das tablas do tempo,
Riscaram por cima de teu nome outro alguém -
Não mulher –
Para que possam-te minimizar.
Mas no teu gesto de Sabá sabes
Que podes governar
Catedrelizar
Missionar
Esse mundo
Que só a ti podemos agradecer.

(8 de Março de 2007)

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