sábado, 24 de maio de 2008

Solange (ou reminiscências de António Patrício)


Sua voz era doce, alegre e espontânea.

Era moça afectiva,

Que abrigava amizades e cantava,

Com alma de mar, pequenos nadas,

Cheios de amizade.

Cansada, de às vezes não dormir,

Permanentemente elevava,

Como herói de banda desenhada,

O ânimo de qualquer mortal.

Solange era,

Tudo menos banal:

Flabelante no olhar

Tal famme fatal do passado;

Atenciosa num século descuidado.

Quis a sorte que partisse em busca de seu lugar.

Apartamo-nos,

- Quis a vida –

Mas da voz mais querida,

Daquela toada de menina

Ainda sinto em seu pestanejar a brisa do seu olhar.

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